quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Actividades - Boardmaker


Plano de Actividade

Tipo de crianças:


Crianças com dificuldades de aprendizagem e necessidades educativas especiais do 1º ano (1º ciclo).

Objectivos

Identificar os animais presentes na canção
Reconhecer as letras por ordem alfabética
Realizar a contagem dos animais presentes na canção
Relacionar animais com os respectivos modos de locomoção
   Trabalhar diferentes disciplinas a partir do mesmo recurso
 

Conteúdos

Ordem alfabética
Algarismos de um a seis








Modos de locomoção dos animais

Realização da actividade
Para esta actividade os alunos já ensaiaram a música previamente e conhecem-na na totalidade.

Iniciaremos a actividade com uma canção intitulada «Os Animais da Inês», cuja letra estará disponível em programa Boardmaker e a música em programa Magic Score Schoo 6. *
No âmbito da Língua Portuguesa, os alunos deverão colocar os animais, referidos na canção, por ordem alfabética. Para tal, preencherão um esquema que lhes será apresentado (Boardmaker).
Na área da Matemática deverão fazer a contagem dos animais da canção, reconhecendo os algarismos até seis.













No que respeita aos conteúdos de Estudo do Meio deverão, a partir dos animais que serão apresentados, identificar os respectivos processos de locomoção.

* Para a música que acompanha a letra da canção ser audível, é necessário arrastar a imagem da Inês, que se encontra no canto inferior direito, para dentro da caixa com o título da canção.

Realizado por: Celestina Duarte, Cristina Ribeiro, Leila Nunes e Mónica Coimbra





segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Actividades - Boardmaker

Actividades no Boardmarker com alunos NEE

As TIC e a Educação Especial

Eu como professora, espero que todos os alunos tenham a possibilidade de poderem ter acesso às novas tecnologias. Nós como instrutores também temos que evoluir e adaptarmos às novas tecnologias. Na minha sala tenho um quadro interactivo e gosto muito trabalhar no mesmo. Pois a aula torna-se mais dinâmica e motivadora.
Concordo com a opinião da colega Paula Louro. Na minha opinião foi uma excelente evolução e de enorme importância o aparecimento das TIC nas escolas. Tendo em conta que as crianças de hoje nasceram no Mundo das novas tecnológias. É importante que as escolas acompanhem este crescimento e preparem as crianças para esta nova realidade.
Como futura professora do Ensino Especial, penso que as TIC como tecnológias de apoio aos alunos com NEE, podem constituir um auxílio precioso permitindo desenvolver novas competências e capacidades.
É de referir que toda a comunidade escolar sairá beneficiada com a utilização das TIC.
Relativamente aos riscos na massificação das TIC para as pessoas com NEE poderá haver uma maior dificuldade em aceder às informações por falta de condições dos próprios sites. Este tipo de situações poderão provocar nos alunos com NEE sentimos de revolta, de injustiça e de desmotivação em usar/utilizar as TIC.

Mónica Félix

O potencial educativo das TIC

 Na minha opinião as TIC no processo ensino aprendizagem permitem ao aluno desenvolver saberes e adquirir novos conhecimentos. As novas tecnológias valorizam os trabalhos cooperativos e a compreensão profunda do mundo em que vivemos enriquecendo os conhecimentos e as necessidades da vida dos alunos. Penso que esta geração está melhor preparada para o futuro porque as TIC promovem um ensino interactivo em que o próprio aluno aprende através da descoberta, da pesquisa e do intercâmbio de saberes entre turmas, escolas ou pessoas...

Mónica Félix

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Lateralidade


A lateralidade é a propensão que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo que o outro em três níveis: mão, olho e pé. Isto significa que existe um predomínio motor, ou melhor, uma dominância de um dos lados.

O lado dominante apresenta maior força muscular, mais precisão e mais rapidez. É ele que inicia e executa a ação principal. O outro lado auxilia esta ação e é igualmente importante. Na realidade os dois não funcionam isoladamente, mas de forma complementar.

Exemplo: quando pregamos um prego em uma parede, a mão auxiliar segura o prego enquanto a outra, com precisão e força muscular suficiente, bate o martelo.

A dominância ocular pode ser percebida quando pedimos para a criança que olhe por um caleidoscópio ou um buraco de fechadura. É preciso tomar muito cuidado ao afirmar qual é a dominância ocular, pois, às vezes, um problema na vista pode mascarar essa percepção.

Podemos observar a dominância dos membros inferiores quando pedimos à criança que brinque de amarelinha com um pé e depois com o outro. Verificamos então, qual o lado que teve mais facilidade, isto é, qual apresentou mais precisão, mais força, mais rapidez e também mais equilíbrio.

Se uma pessoa tiver a mesma dominância nos três níveis – mão, olho e pé – do lado direito, diremos que é destra homogênea, e canhota ou sinistra homogênea, se for o lado esquerdo.

Se a criança possuir dominância espontânea nos dois lados do corpo, isto é, executar os mesmo movimentos tanto um lado como com o outro, o que não é muito comum, é chamada de ambidestra.



A maioria dos autores acredita que existe no cérebro um hemisfério predominante responsável pela lateralidade do indivíduo – desta maneira, de acordo com a ordem enviada pelo cérebro dominante, teremos o destro ou o canhoto.

Além da dominância da mão, existe também a do pé, do olho, do ouvido. QUANDO ESSAS DOMINÂNCIAS NÃO SE APRESENTAM DO MESMO LADO DIZ-SE QUE O INDIVÍDUO TEM LATERALIDADE CRUZADA.

Os distúrbios psicomotores são evidentes e resultam em deformação do esquema corporal. São algumas as formas mais comuns desse distúrbio:

-mão direita dominante X olho esquerdo dominante
-mão direita dominante X pé esquerdo dominante e o inverso.

Geralmente essas crianças apresentam
-alto índice de fadiga;
-quedas freqüentes;
-coordenação pobre;
-atenção instável;
-problemas de linguagem (dislalia)

Em termos de aprendizagem,a criança com lateralidade indefinida refere-se ao tipo de grafia,resultando dificuldade na orientação espacial e posturas inadequadas para escrita,ou seja as duas últimas irão interferir diretamente no processo gráfico da criança

Conhecimento Direita e Esquerda-conceito de grande importância para processo alfabetização.Está ligado diretamente ao conceito de imagem corporal e lateralidade,permitindo que a criança diferencie ao lado esquerdo e ao lado direito,não somente em si, mas também no outro e nos objetos.

Sendo assim,ao iniciar o processo de aprendizagem da leitura e da escrita,sem compreensão conceito de lateralidade, pode implicar em confusões espacial,levando a criança a dificuldade discriminar letras que se diferem quanto á sua posição espacial,por exemplo b-d, p-q.


Fonte:http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/1607651
www.fontesdosaber.com;

Dia Mundial da Trissomia 21- 21 de Março


A criança com a Síndrome de Down é portadora de uma anomalia cromossómica que implica perturbações de vária ordem. A causa da SD é o excesso de material genético proveniente do cromossoma 21, (apresentam três cromossomas 21), por isso é que a SD é denominada por Trissomia 21. Aquando da fecundação existe uma distribuição anormal dos cromossomas: a presença de um cromossoma suplementar no par 21.Num indivíduo sem problemas em cada célula existem 46 cromossomas, já na pessoa com esta síndrome existem 47, um cromossoma a mais.
Segundo Morato (1995) é uma alteração da organização genética e cromossómica do par 21, pela presença total ou parcial de um cromossoma extra nas células do organismo, ou por alteração de um cromossoma do par 21 por permuta de pares com outro cromossoma,refere que esta alteração é o resultado de processo irregular da divisão celular, por origem acidental, circunstancial ou predisposição hereditária. É identificável por fenótipo (conjunto de sinais clínicos e morfológicos) e pelo cariótipo (estudo genético da organização cromossómica).
Em 1866, Jonh Langdon Down, médico britânico descreveu a síndrome pela primeira vez. A Trissomia 21 é considerada a maior causa da deficiência mental de origem genética. A prevalência é de 1/700 nascimentos.
Características Físicas das crianças com Síndrome de Down
Hipotonia muscular; Fissura palpebral oblíqua para fora e para cima; hiper flexibilidade (a capacidade de fazer uma extensão excessiva das conjunturas); mãos curtas e grosseiras com fenda única palmar numa ou em ambas as mãos; Língua em protusão; nariz hipoplásico; Implantação baixa dos pavilhões auriculares; Manchas de Brushfield (na íris);microcefalia; Anomalia da forma do palato; boca sempre aberta; cabelos finos e lisos. As pessoas com síndrome de Down têm, geralmente, uma estatura inferior à média e o seu desenvolvimento físico e intelectual é mais lento.

Características Cognitivas das Crianças com Síndrome de Down
A população com Trissomia 21 apresenta sempre deficiência mental associada, embora esta possa ser de diferentes níveis, desde ligeira, moderada, grave ou profunda.
Segundo as autoras Sampedro, Blasco e Hernandez( Bautista, 1997) as crianças com SD evidenciam dificuldades de aprendizagem a vários níveis: Percepção, Atenção, Memória Linguagem.


Ana Ferreira

A Dislexia e os Distúrbios do Desenvolvimento da Linguagem

A Dislexia e os Distúrbios do Desenvolvimento da LinguagemUma percentagem expressiva de crianças em idade escolar apresenta dificuldades no processo de alfabetização, decorrentes de uma disfunção cerebral de origem genética (no caso da dislexia pura) ou por distúrbios durante o período embrionário e/ou eventos perinatais que acarretam lesões focais e/ou difusas do córtex e comprometem (no caso dos distúrbios do desenvolvimento da linguagem) o processo de aquisição da linguagem oral e escrita.
A leitura pode realizar-se através de dois circuitos neurais distintos. Na leitura semântica a palavra como um todo é identificada na área de reconhecimento de palavras e a partir daí associada ao seu significado. Por exemplo, no caso de nomes, com a associação da palavra ao rosto, voz, etc. da pessoa correspondente. No caso da leitura fonológica, as sílabas que compõem a palavras são identificadas individualmente na área de reconhecimento de sílabas que deve activar a área de Broca para produzir a palavra. Só depois do reconhecimento da palavra falada é que o seu significado é estabelecido. A disfunção da via fonológica é um facto muito frequente nas crianças disléxicas.
O comprometimento do sistema de leitura fonológica é a causa mais comum dos distúrbios de aprendizagem da leitura e escrita. Por serem incapazes de reconhecer e/ou produzir, adequadamente, os fonemas da sua língua materna, essas crianças encontram grandes dificuldades na associação dos grafemas (sílabas) aos fonemas (sons) que constituem uma palavra. Por esse motivo, os processos de alfabetização silábica impõem a essas crianças uma dificuldade adicional na aprendizagem da leitura e escrita. As neurociências têm mostrado que os processos de leitura e escrita semântica têm mais sucesso na alfabetização da criança disléxica ou com distúrbios do desenvolvimento da linguagem.
A dificuldade na aprendizagem da leitura e escrita pode ter origem, também, em distúrbios do sistema visual ou da espacialidade que dificultam a identificação das letras e palavras; ou em distúrbios da motricidade e noção espacial que comprometem a escrita.
A alfabetização da criança disléxica ou com distúrbios do desenvolvimento da linguagem, deve ter em consideração que o progresso dessa criança poderá ser lento, de modo que uma mínima competência na leitura e escrita pode ser estabelecida em tempos muito diferentes daqueles que são necessários para o domínio do conhecimento noutras áreas, como por exemplo, na matemática e ciências. A escola tem que desenvolver para estas crianças programas de trabalho que não privilegiem a leitura e escrita como meio de transmissão e aquisição de conhecimento. A criança disléxica ou com DDL deve poder adquirir esse conhecimento com o emprego da linguagem oral, que eventualmente domine, e com o auxílio de recursos visuais que aumentem seu sucesso no aprendizagem.A escola deve também adequar o seu programa de avaliação do desenvolvimento da criança disléxica ou com DDL à sua dificuldade na leitura e escrita. A avaliação do progresso cognitivo dessas crianças deve ser predominantemente oral e utilizar-se de outros meios que permitam a criança expressar adequadamente seu conhecimento.
Como a criança hiperactiva, impulsiva e/ou desatenta também pode apresentar dificuldades na utilização da linguagem escrita como ferramenta de aquisição e expressão de conhecimento, a escola deve generalizar o processo de transmissão e avaliação de conhecimento acima discutido, para toda e qualquer criança que por motivos de controlo de atenção não consiga utilizar a leitura e a escrita como meio de aquisição ou expressão de conhecimento.O que se expõe a seguir é um conjunto de sugestões para que a escola possa definir suas metas de trabalho e elaborar o seu estatuto de normas e regras de conduta social e procedimentos pedagógicos que contemple um ambiente propício à aprendizagem destes alunos.
Uma meta deve ser definida pela escola para organizar e estabilizar o comportamento dos seus integrantes nas seguintes áreas:
1) Relacionamento Social: que trata das relações entre professores, alunos, funcionários e família.
2) Preservação Física: que cuida tanto da preservação das dependências da escola e do material escolar colectivo e privado, como da higiene colectiva e privada.
3) Dinâmica da sala de aula: que deve proporcionar um ambiente harmónico para a aprendizagem.
4) Dinâmica extra-sala: envolve actividades de recreativas, extra-curriculares, passeios, etc.
A tradição do uso da linguagem escrita como meio de transmissão, aquisição e expressão do conhecimento impõe às crianças portadoras de distúrbios de aprendizagem uma dificuldade extra no seu processo de aprendizagem.

Por esse motivo, os professores deverão assim reconhecer como direitos desses alunos:
A adequação da complexidade dos textos utilizados: esses textos devem ter a complexidade adequada à capacidade de leitura, escrita e atenção do aluno, tanto no que se refere ao trabalho em língua materna, como na matemática, ciências e outras disciplinas.
O apoio para os textos utilizados: o professor deve trabalhar isoladamente com cada criança para que ela consiga compreender o texto da tarefa proposta. Se a capacidade de leitura e escrita da criança não é compatível com o texto (como nos casos de grande desfasamento na alfabetização em relação às outras disciplinas), o docente deve apresentar o texto oralmente e fornecer à criança toda e qualquer explicação necessária para que ela possa realizar a tarefa proposta com êxito.A avaliação oral de seu conhecimento: a dificuldade no manuseio da leitura e escrita deve ser eliminada do processo de avaliação do progresso cognitivo da criança. Uma vez identificados os distúrbios de atenção ou de alfabetização da criança, o seu desenvolvimento nas outras disciplinas deve ser avaliado de maneira independente, utilizando-se para isso a linguagem oral e ferramentas visuais, que permitam a criança expressar sem dificuldades seu conhecimento sobre os temas abordados.
A utilização de processos alternativos de comunicação: sempre que a capacidade de comunicação oral também estiver comprometida (como no caso dos deficientes auditivos ou dos portadores de DDL) a escola deve estar preparada para utilizar métodos alternativos eficientes para comunicação com a criança.
A utilização de material bem ilustrado visualmente: o homem é um ser que além de falar, utiliza o sistema visual como principal fonte sensorial de informação. É preciso que as actividades, e principalmente os textos, a serem utilizados com todas as crianças, e principalmente aquelas portadoras de distúrbios de aprendizagem, sejam muito bem ilustrados, para que sejam de fácil compreensão.
A expansão do seu conhecimento sobre o mundo: a ampliação do conhecimento sobre o mundo é uma necessidade da criança com distúrbios da aprendizagem, pois isso permite-lhe utilizar a sua capacidade de estabelecer relações, para criar alternativas para contornar as suas dificuldades de aprendizagem.
A utilização de ferramentas que reduzam as suas dificuldades: por exemplo, a criança com discalculia deve utilizar a calculadora para solução dos problemas ou desafios aritméticos, pois isso reduz a dificuldade da tarefa. O que importa é que a criança aprenda qual o cálculo a ser utilizado e não perca tempo, e com isso fique desfasada dos restantes elementos da sua turma. O treino do cálculo aritmético pode e deve continuar em horários especiais para isso. Não deve haver objecções para o uso da calculadora, quer por parte da escola, quer por parte dos pais, pois todos se devem lembrar que, hoje, o computador é que se encarrega dos cálculos em qualquer lugar.
A criança portadora de distúrbios de aprendizagem não deve ser discriminada na escola pelas suas dificuldades, quer sejam elas cognitivas ou comportamentais. Por isso, a escola deve:
Trabalhar a diversidade como factor evolutivo positivo: professores, funcionários, alunos e familiares devem compreender que a diversidade humana é um factor positivo para evolução do homem, e que portanto deve ser respeitada.
Executar o trabalho diferenciado com essas crianças como direito e não privilégio: as crianças quando adequadamente orientadas, não questionarão o trabalho diferenciado com as crianças portadoras de deficiências. Compreenderão que não se tratam de privilégios mas sim de necessidades específicas dessas crianças.
A escola deve discutir adequadamente os direitos da criança com problemas de aprendizagem, para criar um ambiente e um programa que por favorecer sua aprendizagem, aumente a sua auto estima e a sua inclusão social.


Emílio Jorge Martinho

Professor de Educação Especial

A Psicomotricidade nas Escolas… uma realidade a emergir

A Psicomotricidade nas Escolas… uma realidade a emergir
A entrada em vigor da nova lei da Educação Especial tem como objectivo promover a igualdade de oportunidades e a melhoria da qualidade do ensino, valorizando uma escola democrática e inclusiva, orientada para o sucesso educativo de todas as crianças e jovens. Vigorando este ideal passou a ser indispensável as escolas oferecerem aos seus alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente o apoio de que eles necessitam para acompanhar as actividades curriculares, podendo para tal recrutar técnicos especializados aos novos Centros de Recursos para a Inclusão (Instituições de Educação Especial). Como tal, a escola ao avaliar as suas necessidades, tem disponíveis entre outras terapias, a Psicomotricidade.
Ao longo do seu desenvolvimento a criança comunica com o mundo através da sua expressão corporal, tornando-se o seu comportamento reflexo do modo como interioriza as experiências vividas. Quando estas mesmas vivências se revelam insuficientes para proporcionar o seu bem-estar, a criança cria inconscientemente barreiras ao seu próprio desenvolvimento. Este sentimento de falta de bem-estar pode originar o aparecimento de frustrações, conflitos internos quando a criança se apercebe que não está à altura de responder às situações do dia-a-dia que devia ser capaz de alcançar sem dificuldades.
Como resposta a estas dificuldades surge a Psicomotricidade que ajuda a criança a reestruturar as funções motoras, emocionais, comportamentais e cognitivas que possam estar comprometidas e que se reflectem através da inadequada expressão corporal e da ineficaz comunicação não-verbal. A Psicomotricidade proporciona à criança a possibilidade de conhecer melhor o seu corpo ajudando-a perceber os sentimentos e pensamentos que tem dentro de si.
Através do trabalho com o corpo, a Psicomotricidade pretende consolidar a adaptação das vivências corporais aos estímulos vindos do exterior. O Psicomotricista desenvolve as mais diversas actividades, na sua maioria com carácter lúdico, cujo objectivo é ajudar a criança a desenvolver estratégias cognitivas e comportamentais com o intuito de fomentar a ideia de “pensar antes de fazer” e ainda “será que fiz como pensei?”.A intervenção psicomotora é indicada para qualquer idade, para crianças, adolescentes, adultos e seniores em geral, e em particular, aquelas pessoas que possam apresentar necessidades em diversas áreas:
- Ao nível corporal, como por exemplo, problemas de equilíbrio, de coordenação, lateralidade, perturbações do esquema corporal e espácio-temporais, ou outros tipos de capacidades motoras;
- Ao nível relacional, ou seja dificuldades de comunicação e de contacto, timidez, instabilidade, agressividade, hiperactividade, impulsividade, dificuldade de aceitação de regras, entre outros;
- Ou mesmo a nível cognitivo, com os problemas de atenção, de memória, de associação de imagens a objectos, de leitura, de escrita, etc..
As sessões de Terapia Psicomotora, para crianças, são baseadas em actividades lúdicas cujo o objectivo da brincadeira é interagir com as crianças para que possam crescer de forma mais equilibrada, pois pretende-se desenvolver as suas capacidades motoras, emocionais, cognitivas e sociais e equipá-las para o eficaz acompanhamento das actividades curriculares. Por outras palavras usa-se o jogo para que a criança conheça melhor o seu corpo, os seus limites e mais importante, aquilo que é capaz de fazer.

Vitor da Fonseca - Psicomotricidade

PSICOMOTRICIDADE E O DESENVOLVIMENTO DO SER HUMANO


Para Vítor da Fonseca, "Psicomotricidade é a evolução das relações recíprocas, incessantes e permanentes dos fatores neurofisiológicos, psicológicos e sociais que intervêm na integração, elaboração e realização do movimento humano". Existem outros teóricos da área, Nelson Mendes, Le Boulch, Pierre Vayer, Ajuriaguerra, Paul Shilder e Piaget, que falam da importância do desenvolvimento motor como precursor de todas as demais áreas. Porém, a partir da orientação em uma pré-escola é que se pode constatar a abrangência do significado de todas as definições e de toda a teoria na prática.
Voltemos à definição de Vítor da Fonseca: quando alguns dos fatores deixa de se relacionar, o que será que acontece? Para o autor da definição, "a ausência de espaço e a privação de movimento é uma verdadeira talidomida da atual sociedade, continuando na família (urbanização) e na escola. A total não-aceitação da necessidade de movimento e da experiência corporal da criança põe em causa as atividades instrumentais que organizam o cérebro".
Na escola recebemos crianças de um a sete anos de idade – cada vez maior o número de hipotônicas (relaxamento exagerado da musculatura), descoordenadas (desajeitadas), arrítmicas (não conseguem um ajuste entre o ritmo interno e o externo), com andar de "periquito" (andar na ponta dos pés), dificuldade verbal (fala infantilizada, troca de letras, afásicas, omissões de letras etc.), dificuldade de orientação espaço-temporal, de percepção visual, de esquema corporal e de lateralidade.
Além das causas citadas por Vítor da Fonseca, ainda se juntam outras como superproteção, falta de limite, rejeição, impedimento de que cresçam e evoluam em sua independência, com mensagens do tipo: "deixa que eu faço para você, você ainda não sabe", "demora muito", "você ainda não consegue" (frases geralmente ditas pelos adultos que convivem com a criança). Também atividades do dia-a-dia como comer sozinha, ir ao banheiro e limpar-se, vestir-se, calçar, tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos etc. são adiadas. Fora os conselhos de profissionais da área de saúde de que a criança só deve ir para a escola depois dos três anos, quando já ganhou maior resistência imunológica. Então, criam-se, para os filhos de mães inexperientes, verdadeiras "bolhas" de proteção. É de sabedoria popular que somente em contato com os vírus criamos anticorpos; para isto existem as vacinas. Se não forem aplicadas antes dos três anos, as doenças da infância acontecerão depois. O que se perde nestes três anos, em que a criança ficou fora da escola numa cidade como São Paulo, só com muito esforço num consultório ou numa pré-escola, cujo enfoque é primordialmente o desenvolvimento motor, é que se poderá recuperar.
Assistimos a casos clínicos de crianças de três anos que pareciam ter transtornos neurológicos e que, na realidade, apresentavam histórico de superproteção por motivo de doença. Uma menina de três anos e meio, que era constantemente carregada pelos pais com receio de que caísse e se machucasse (porque foi muito doente após o nascimento e o pai entrava em desespero quando a ouvia chorar), apresentava um atraso motor de dois anos em seu desenvolvimento e de um ano e seis meses em sua maturidade cognitiva e emocional. Um menino extremamente inteligente na verbalização, mas que não conseguia uma produção motora coerente com o desenvolvimento da linguagem, apresentando um atraso de um ano e meio em sua realização motora, por ter tido uma doença quando iniciou a marcha e, por isso, não lhe foi deixado experimentar nada com seu corpo, porque poderia ficar com hematomas.
Depois, quando a criança não consegue ler e escrever, vem a cobrança dos pais e toda a ansiedade e expectativas que se derramam sobre a mesma; "Como eu fiz de tudo por ela e agora não está rendendo nada, como é que pode?" Justamente porque fez tudo por ela. Para Ajuriaguerra (neuro-psiquiatra infantil), "o esquema corporal é o resumo e síntese de toda a experiência corporal no mundo. É pelo esquema corporal que a criança vai conseguindo realizar movimentos cada vez mais ajustados e criadores e pelos quais fica apta a descobrir o mundo que a cerca e a envolve".
Filogeneticamente, a evolução do homem só se deu quando ficou na posição ereta e livre para usar as mãos. Foram os atos motores e a ação que desencadearam todo o nosso desenvolvimento intelectual. Começamos a construir objetos que nos deixassem mais livres para pensar e planejar. Vemos os recém-nascidos de hoje com um ritmo frenético em seu desenvolvimento motor e dizemos que as próximas gerações nascerão falando. E por quê? As faixas que amarravam os cordões umbilicais até cicatrizarem foram eliminadas, os cueiros, cobertores, mantas e toda a parafernália que envolviam os bebês e os deixavam sem movimento foram substituídos pelos macacões e fraldas descartáveis. Tudo isto permitiu uma maior movimentação e, por isso mesmo, ganho no amadurecimento neurológico e, consequentemente, motor. As antigas tabelas de expectativas do desenvolvimento motor necessitam ser revistas, para aquelas crianças às quais é permitido buscar seu desenvolvimento naturalmente, sem empecilhos.
O desenvolvimento da apreensão e a marcha vão depender tanto do amadurecimento neurológico quanto da estimulação socioafetiva que o ambiente permitir. Então, ontogeneticamente, o indivíduo também tem muito a ganhar ou a perder, dependendo da estimulação que lhe é dada. Pais que permitem que a criança fique mais tempo no chão, incentivando-a com objetos interessantes, adequados a sua idade, favorecem um desenvolvimento e amadurecimento mais rápido e harmônico.
Não devemos esquecer-nos de uma fase anterior a esta, talvez mais importante ainda, a amamentação. O importante não é só o tipo de leite, mas também a maneira como a mãe segura o bebê. Neste momento, ele percebe se ela está relaxada ou tensa, se o ato está sendo prazeroso ou não, se está sendo amado ou rejeitado pelo simples contato de pele, a maneira como é segurado e pelos batimentos do coração materno. Desta relação depende a aprendizagem do tônus muscular, se vai ser relaxado ou tenso, ou situar-se nos extremos: hipotônico ou hipertônico.
Uma mãe teve três filhos homens. Por ter o mamilo "embutido" não conseguiu amamentar e os três foram alimentados no berço, no carrinho ou no bebê conforto, somente segurando a mamadeira, sem nenhum contato físico. Por mais que fosse orientada a proceder de maneira diferente, não seguia as recomendações; conclusão: o mais velho se desempenha bem na escola, mas não consegue relacionar-se com ninguém, não tem amigos, é inseguro e só vive agarrado à mãe; o do meio apresentou atrasos na linguagem e até hoje, aos 11 anos, não consegue aprender a ler e a escrever; e o terceiro é uma criança franzina, doente, com poucos recursos motores.
No consultório atendemos muitas crianças hipotônicas, cujo histórico era o mesmo. Citando Wallon: "Até a aquisição da linguagem, o movimento se torna simultaneamente a primeira estrutura de relação com o meio, com os objetos e os outros, a partir de onde se edificará a inteligência e esta é a primeira forma de expressão emocional e de comportamento. O movimento não é um puro deslocamento no espaço nem uma adição pura e simples de contrações musculares; o movimento tem um significado de relação afetiva com o MUNDO (é a expressão material de uma dialética subjetivo-afetiva), que projeta a criança na sua história biossocial".
Outra grande conquista é o controle dos esfíncteres. Até bem pouco tempo atrás, por causa das fraldas de pano e da dificuldade em lavá-las, a criança atingia a idade de um ano e seis meses e, se coincidia com a estação do verão, a fralda era substituída pelo penico e a noturna ficava na dependência da criança amanhecer seca durante 15 dias seguidos. O processo era rápido e eficiente. Hoje, em função das fraldas descartáveis e, muitas vezes, da pouca disponibilidade do acompanhamento dos pais neste processo, vemos crianças grandes, com dois anos e seis meses a três anos, ainda usando fraldas. Quando a escola se propõe a participar do processo, os pais aceitam e se comprometem a fazer o mesmo em casa, o que, no entanto, só é feito na escola; em casa, principalmente nos fins de semana e quando vão sair de carro para passear, a fralda é recolocada. Imaginem o "nó" que fica na cabeça da criança: "quando será que posso fazer xixi e cocô nas calças?"; "será que é quando eu quero ou quando eles, os adultos, querem?"; "será que sou capaz de me controlar?"; "o que será que querem de mim?"; "o controle é meu ou é deles?"
A responsabilidade dos profissionais da área de saúde que intervêm direta ou indiretamente no desenvolvimento da criança não é só o de assegurar o crescimento físico saudável, mas o de orientar os pais no sentido de que crescimento e desenvolvimento envolvem independência e esta gera sentimentos de capacidade e segurança, levando-a a ter iniciativas, a ser capaz de tomar decisões, participando ativamente do seu meio sociocultural, aprendendo a utilizar-se de todas as suas capacidades. Para Piaget, "a criança estabelece relação com o exterior através da circulação entre as percepções (assimilação) e os movimentos (acomodação) e é o conjunto de adaptações que (na sua circulação materializada pela motricidade) irá transformar a inteligência prática (sensório-motora) em inteligência reflexiva (gnósica)".
Em 14 anos de experiência orientando uma pré-escola e no final de cada ano aplicando uma teste de desenvolvimento do perfil-motor em crianças de três a sete anos, foi verificado um grande aumento no desenvolvimento da coordenação e da velocidade manual, em detrimento da coordenação global, do equilíbrio e da dissociação dos movimentos. Como as crianças ficam confinadas em apartamentos, sentados em frente a uma televisão ou no comando de um videogame ou computador, o que se desenvolve prematuramente são as mãos, que deveriam ser as últimas, já que uma das leis do nosso desenvolvimento neurológico é céfalo-caudal e próximo-distal, implicando numa série de não aquisições fundamentais para a aprendizagem da leitura e escrita e da organização do pensamento formal: as percepções (visual, auditiva, olfativa, gustativa e tátil), fundamentais para a assimilação do mundo externo; a coordenação motora global e o equilíbrio, importantes para o desenvolvimento espaço-temporal, interferindo nos processos de análise e síntese, na interiorização do esquema corporal que regula toda a noção de ser alguém independente e atuante e na concentração e atenção, responsáveis por diferenciar o real da fantasia e apreender as funções do pensamento mais elaboradas, como comparação, classificação, levantamento de hipóteses, suposições etc.
O objetivo é alertar sobre a necessidade de garantir à criança o direito a um desenvolvimento integral e harmônico, dando-lhe espaço para que se desenvolva, primeiramente na área motora e consequentemente na cognitiva, social e emocional. Somente assim estaremos garantindo o desenvolvimento de um ser humano na sua totalidade. Wallon lança-nos um desafio quando afirma: "Um dos grandes passos a ser realizado pela sociedade é aquele que deve unir o orgânico ao psíquico, o corpo à alma, o indivíduo ao seu grupo sociocultural".

Meio Aquático para alunos com deficiências




Actividades no meio aquático, cada vez mais ganha importância no processo de inclusão social e reabilitação da pessoa com deficiência É por vezes, através da prática que a pessoa com portadora de necessidades especiais tem oportunidade de mostrar a si mesmo e aos outros, que apesar de todas as suas limitações, obstáculos e barreiras, é capaz de evoluir.

As propriedades da água permitem às pessoas com deficiência e em particular nos casos de deficiência motora, uma autonomia e liberdade de movimentos, que não é possível de outro modo. O meio aquático constitui assim um meio muito estimulante e motivante.

Benefícios:
- Melhoria da aptidão física;
- Desenvolvimento das capacidades cognitivas, sociais, emocionais e funcionais;
- Aumento do domínio dos gestos, que conduz a um aumento da auto-estima, redução da ansiedade e melhoramento da comunicação;
-Contribuição para o desenvolvimento da autonomia e da integração social, assim como desenvolvimento do sentido de cooperação e cumprimento de regras.